Balbúrdia segue mesmo com greve, pois é uma atividade de extensão. Então nesta sexta, vamos rir de tudo isso... (18/05)


Sabe aquela do papagaio?

Nesta sexta uma balbúrdia metida a engraçada. 

De Aristóteles a Ary Toledo, passando pela comédia dramática, pela cultura do riso (ou riso cultural) e pelas ideias de filósofos, linguistas, literatos e escritores, historiadores. Vamos discutir sobre o riso, sobre o motivo de rir, sobre quem rimos e das proibições ao riso.


Pensatempos

Assim que foi chamado o nosso cardápio balburdiano... Cada um que foi selecionado para representar um horário tinha a tarefa de escolher alguma poesia/música/teoria... e assim, cada fragmento representava uma atração mostrada/cantada/lida...

Para ver todos os fragmentos clique aqui PENSATEMPOS

Poesia mostrada

Uma das probabilidades do cardápio (a que foi escolhida)


"O tempo dirá."

A poesia "Tempo" de Viviane Mosé

Teoria lida

 Uma das probabilidades do cardápio (a que foi escolhida)


"O tempo só é ruim para quem não pode esperar."





Cuidado com a Tacocracia...

“Vai demorar pra ficar pronto? Vou demorar para aprender isso? A conexão é demorada? A leitura desse livro é demorada? A visita ao museu é demorada? O culto é demorado? Cuidar mais do corpo é demorado? Demora pra fazer essa comida? Então, não posso querer” (CORTELLA, M.S, 2010, p. 20). Não nascemos prontos! Provocações filosóficas

Música cantada


 Uma das probabilidades do cardápio (a que foi escolhida)


"É preciso dar tempo ao tempo."



Lento (Clique no nome da música para ver o clipe e a letra)

Teoria mostrada

 Uma das probabilidades do cardápio (a que foi escolhida)


"O tempo que se perde, não se torna mais a achar."



Trecho de palestra de Mário Sérgio Cortella que trata das tecnologias influenciando na nossa relação com o tempo e dirimindo nossa paciência. No trecho escolhido, as críticas são sobre o uso do controle remoto.

Música mostrada

         Uma das probabilidades do cardápio (a que foi escolhida)


"O tempo anda e desanda."




Mostramos o vídeo dessa música, uma grande brincadeira com o tempo real, já que foi gravado mais devagar e depois acelerado.

O Tempo

A gente se deu tão bem
Que o tempo sentiu inveja
Ele ficou zangado e decidiu
Que era melhor ser mais veloz e passar rápido pra mim
Parece que até jantei
Com toda a família e sei
Que seu avô gosta de discutir
Que sua avó gosta de ouvir você dizer que vai fazer
O tempo engatinhar
Do jeito que eu sempre quis
Se não for devagar
Que ao menos seja eterno assim
Espero o dia que vem
Pra ver se te vejo
E faço o tempo esperar como esperei
A eternidade se passar nos dois segundos sem você
Agora eu já nem sei
Se hoje foi anteontem
Me perdi lembrando o teu olhar
O meu futuro é esperar pelo presente de fazer
O tempo engatinhar
Do jeito que eu sempre quis
Distante é devagar
Perto passa bem depressa assim
Pra mim, pra mim
Laiá, lalaiá
Se o tempo se abrir talvez
Entenda a razão de ser
De não querer sentar pra discutir
De fazer birra toda vez que peço tempo pra me ouvir
A gente se deu tão bem
Que o tempo sentiu inveja
Ele ficou zangado e decidiu
Que era melhor ser mais veloz e passar rápido pra mim
Eu que nunca discuti o amor
Não vejo como me render
Ah, será que o tempo tem tempo pra amar?
Ou só me quer tão só?
E então se tudo passa em branco eu vou pesar
A cor da minha angústia e no olhar
Saber que o tempo vai ter que esperar
E o tempo engatinhar
Do jeito que eu sempre quis
Se não for devagar
Que ao menos seja eterno assim

Teoria lida

Uma das probabilidades do cardápio (a que foi escolhida)

"O tempo rói o ferro, quanto mais o amor."



Para saber mais: Livro Não nascemos prontos





“Os dentes do tempo” (Não nascemos prontos! Provocações Filosóficas)
“O tempo devora certezas, materialidades, expressões, relações e, anuncia rupturas, esquecimentos.”
“Exemplos? Para esses meninos e meninas que estão agora começando a adolescência, alguns chavões que nós, mais idosos, usamos no dia a dia (originados das nossas modernidades tecnológicas do século 20), não fazem o menor sentido! Em um diálogo (diálogo?) ele fala alguma coisa que não ficou clara e você diz: Não caiu a ficha... Ele fica olhando; de qual ficha está falando? Ora, ele já cresceu usando cartão telefônico, e, se tiver menos de 15 anos de idade, nunca viu uma ficha. Como é que vai saber o que você quer dizer?”
“Nós vimos e nem sempre nos acostumamos ou sabemos lidar com eles; o pior é que, com freqüência, nos distraímos da passagem do tempo”
(CORTELLA, 2010, p. 91-2)












Quem é Cortella?


Mario Sergio Cortella, filósofo, com mestrado e doutorado em Educação pela PUC-SP, na qual é docente desde 1977; nela é professor-titular do Departamento de Fundamentos da Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação e por 32 anos atuou também no Departamento de Teologia e Ciências da Religião. É autor de vários livros, dentre eles: “O que é a pergunta?” (Filosofia), com Silmara Cadasei (Cortez), “Não espere pelo epitáfio: provocações filosóficas” (Vozes), “A escola e o conhecimento: fundamentos epistemológicos e políticos” (Cortez).


Poesia lida


Uma das probabilidades do cardápio (a que foi escolhida)

O tempo vai-se e com ele nós vamos”


O tempo só anda de ida.
A gente nasce, cresce, envelhece e morre.
Para não morrer eis a ciência da poesia:
Amarrar o Tempo no Poste!
E respondo mais: dia que estiver com tédio de viver
é só desamarrar o Tempo do Poste!


Manoel de Barros

Ao som de “Caminho Inverso”, o tempo se apresenta sob as palavras da psicanalista Maria Rita Kehl (Livro 18 Crônicas e mais Algumas), lidas por Renata:

                                                                            “Meu tempo”
Convém que me apresente nesta estréia. Além da combinação única e aleatória de proteínas, aminoácidos, H2O e tal, sou feita de quê? De tempo, assim como vocês. Tempo vivido e tempo imaginado. Feita de passado, o de meus ancestrais, transmitido pelos genes, pela cultura, pelo inconsciente; mais a história de vida que me trouxe até aqui. É só o que temos: um corpo e uma história, já que o presente é uma partícula, deletada tão logo eu acabe de dizer partícula. E o futuro, lamento dizer, não existe. A não ser, é claro, sob a forma de fantasias e projetos. Mas fantasias e projetos são feitos de quê? De restos, fiapos, pedaços não resolvidos do passado. No futuro só o que existe na certa é a morte esperando a gente. Deixa quieto (KEHL, 2011, p. 21)














Quem é Maria Rita Kehl?

Doutora em psicanálise pela PUC – SP. Dentre seus livros estão “Deslocamentos do feminino” (Rio de Janeiro, Imago, 2008, Tese de Doutoramento); “Videologias” (São Paulo, Boitempo, 2004, em co-autoria com Eugênio Bucci); Ressentimento (São Paulo, Casa do Psicólogo, 2004).
Iniciamos o Balbúrdia com voz e violão do músico Sandro Mendes, que reviveu seus tempos de Azul Revés, banda da qual foi vocalista de 1997 a 2001. 
Caminho inverso
Letra: Sandro Mende